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A ansiedade, a depressão e as fobias – embora não sejam privilégio de um povo ou de uma época – nunca estiveram tão em evidência quanto no momento atual. Hoje, assistimos ao espetáculo de um povo em franca crise de identidade , em que a persona destitui o ego e e rompe com o sentido de vida e, em consequência, com o processo de individuação, necessário para nosso crescimento e amadurecimento. Essa quebra implica na perda de uma referência própria, de valores próprios e a pessoa passa a não reconhecer-se como um indivíduo único, singular, capaz de fazer a diferenciação entre o que é meu e o que é do mundo. Colhemos, como fruto desse processo, o sofrimento de uma personalidade cindida, dentro dessa sociedade dialética de falsos valores. A pessoa desconectada de si mesma, de sua alma, não consegue mais ter empatia, promover a troca, o afeto e o sentimento de pertencer, genuinamente, a um grupo ou sociedade. Logo ela é tomada pelo sentimento de vazio, tristeza, pela falta de motivação e a desesperança, regada pela impotência diante da vida.⠀
E como continuar vivendo diante dessa angústia dilaceradora? Como suportar o desencanto com o mundo e com a vida? Onde e como buscar a motivação perdida, a energia esgotada, o brilho ofuscado pela eclipse da alma? Sabemos que é na conjunção de fatores bioquímicos, ambientais e sociais que encontramos os casos mais graves de depressão. E como tratá-la, já que não existe a pílula mágica? Sendo ela multifatorial, entendemos que o tratamento requer múltiplos olhares e formas diversas de acolhida e condução. A magia talvez só seja encontrada na saúde integrada que oferece o espaço de escuta e acolhida com os elementos necessários para suprir a falta, preencher o vazio, restaurar sua energia, seu brilho, a luz há muito perdida, e devolver a alma desencarnada ao corpo revitalizado. Resgatar sua capacidade de sorrir da vida e para a vida!⠀

Maria da Guia⠀
Psicóloga⠀

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